Já tem um tempo que venho pensando em filmes de terror. Sinto falta de uma boa produção que me cative com sua trama e que me faça mergulhar no medo. Não falo dos sustos que costumamos levar em alguns filmes, que exploram a técnica pra compensar a qualidade do roteiro, e nem dos filmes de horror em que vemos membros sendo cortados e voando por ai. Sinto falta daquele medo psicológico que te mantém preso e apreensivo para ver o que vai acontecer na próxima cena.
Nessa minha busca por um bom filme de terror, me deparei com o trailer do filme “Floresta Maldita”. De imediato fiquei interessado ao ver que o filme conta a historia de uma floresta japonesa chamada Aokigahara 【青木ヶ原】, também conhecida como a floresta do suicídio. Depois de ver o trailer, alem de ficar com vontade de ver o filme, fiquei interessado em saber um pouco mais sobre a floresta e sua historia.
Em minha pesquisa acabei encontrando um documentário no youtube chamado “Suicide Forest in Japan” (Floresta suicida no Japão) que acompanha um voluntario de uma patrulha que ajuda na prevenção de suicídios e acabei ficando bem impressionado com a energia e o silencio que a floresta impõe.
Bom, não sejamos mal educados e vamos deixar a floresta fazer seu Jikoshoukai【自己紹介】ou em bom e velho português, sua apresentação:
Meu nome é Aokigahara, mas pode me chamar de Jukai【樹海】, o mar de arvores. Moro perto do Monte Fuji e sou bem grande, tenho quase 35km². Yoroshiku Onegaishimasu! 【よろしくお願いします】.
Agora que já foram feitas as devidas apresentações, fico a vontade de continuar. No entanto, me desculpe, mas acho muito difícil eu ir lhe cumprimentar pessoalmente, pois confesso que o documentário me deixou com um pouco de medo de você.
No documentário acompanhamos Azusa Hayano, um geólogo que trabalha nas redondezas da floresta que também é voluntario na prevenção do suicídio. Logo de cara, ao chegar no estacionamento o geólogo e o cinegrafista se depararam com um carro abandonado com peças de roupas e mapas, que provavelmente pertenciam a alguém que entrou na floresta e nunca mais saiu.
Durante a caminhada pela floresta, Azusa conta sobre as pessoas que entram pensando em se matar, mas ainda não estão certas do que vão fazer e então elas deixam rastros de fitas coloridas amarradas nas arvores caso venham a se arrepender, e assim, poder voltar sem correr o risco de se perder no meio da floresta. Também existe o rastro daqueles que conseguiram se matar, como roupas no chão, bilhetes, cartas de despedida, barracas de acampamento e até mesmo o próprio corpo.
Nas trilhas da floresta existem vários cartazes pedindo para as pessoas reavaliarem sua decisão e pensarem na sua família e como elas ficarão depois do suicídio. É bem comum encontrar flores deixadas por familiares no local em que a pessoa cometeu suicídio.
Ver o documentário me fez pensar bastante em como essa linda floresta se transformou em um hotspot para suicidas de todo o mundo. É difícil saber exatamente quando foi que a primeira pessoa usou a floresta como ponto suicida, mas desde a década de 70’ existe um grupo de policiais, voluntários e jornalistas que entram periodicamente na floresta em busca dos corpos e seus pertences.
Na medida em que a floresta ficou famosa por causa dos suicídios, os casos naturalmente aumentaram mais e mais. Existe até mesmo um manual suicida, mostrado no documentário, que fala sobre como entrar na floresta e os melhores lugares para se matar.
A floresta é cheia de mistérios, lendas e fatos curiosos. Pra começar ela se originou de uma das erupções do monte Fuji e mesmo com as estações bem definidas do Japão entra e sai outono e inverno e ela continua verde. Mas vou ser sincero com vocês, a curiosidade que mais me chamou a atenção foi que dentro da floresta existe uma escassez de vida selvagem e um forte silencio predomina na floresta. Não sei você, mas eu mesmo não entro lá sozinho não.
O que você achou da Aokihagara? Bateu vontade de ver aquele filme de terror? Conta la nos comentários se você é corajoso pra entrar na floresta sozinho.
Agora é a sua vez! Comente embaixo o que achou do assunto 😉
Psicólogo de formação, Já morou em Argentina e Chile mas foi na cultura Japonesa que se apaixonou. Co-fundador do canal culinário e cultural, Japa na Chapa. Tem como autor favorito da literatura japonesa Yasunari Kawabata.
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