Os ditados populares são reflexos culturais dos pensamentos de uma determinada cultura. Não é diferente com os ditados japoneses, que carregam em sua expressão uma sabedoria milenar.
Talvez alguns de vocês já devem ter percebido que eu sou apaixonado pela língua japonesa. Embora eu seja admirador de todos os idiomas e de suas peculiaridades, o japonês tem um espaço especial no meu kokoro. Mas a questão aqui seria, o que o japonês tem que me faz gostar tanto dele? A resposta para essa pergunta renderia mais do que eu texto, com certeza, mas vou destacar dois pontos para começar a responder ela.
O primeiro ponto é simples: eu escolhi o japonês. Dos idiomas que eu falo, o japonês é único idioma que eu escolhi aprender por “querer”, por conta própria. Ninguém me obrigou a estudar ele em casa ou a ir pra alguma escolinha. Fazer por vontade e gosto faz com que a tua relação com idioma mude completamente.
O segundo ponto é: a beleza da sabedoria que se esconde entres as palavras. A cultura milenar que o idioma carrega é fantástica. Com essa sabedoria vem os ditados japoneses. Frases anônimas que sobrevivem ao teste do tempo e continuam a existir no pensamento dos japoneses.
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Em tradução literal: “Se você não entrar na toca do tigre, você não vai capturar seu filhote”. Já se ligou na real mensagem? Para os falantes da língua brasileira o ditado que transmite a mesma ideia é o “Quem arrisca não petisca”. A mensagem conceitual do ditado é ter que “arriscar para poder conseguir”. Alto risco alto ganho e, claro, isso implica em “sem riscos sem petiscos”.
Ditados japoneses com quatro kanjis são fantásticos! Puramente poéticos em sua constituição. Mas, afinal, o que quer dizer? Kishi Kaisei literalmente quer dizer “acordar da morte, voltar pra vida”. O seu conceito talvez seja encontrado neste ditado popular “Ressurgir das cinzas”. Implica naqueles que chegaram lá no fundo e conseguiram um reviravolta e conseguiram se erguer de forma positiva.
Este foi o primeiro ditado japonês que eu conheci. Simples e bom. Literalmente “até macacos caem das árvores” e conceitualmente “todo mundo erra, até aqueles que são bons nisso”. É importante levar essa ditado para o seu estudo e sua prática na conversação. Até os japoneses podem errar falando, porque você não poderia errar também?
É incrível como encontramos ditados japoneses muito parecidos com os brasileiros não é? Embora literalmente muitas vezes extremamente diferentes, conceitualmente falando, muito similares. Este ditado se traduz “filho de sapo é sapo”. Você conseguiria pensar em uma tradução da ideia? Vou te ajudar, até porque “filho de peixe, peixinho é”
“Água dividia não voltará para a bandeja”. É sempre muito difícil traduzir estes conceitos, mas deixa eu te dar uma dica, nunca leva com você o conceito literal para tuas conversas e traduções. Quando mais a ideia você expressar, mais fluido o seu japonês se torna. Um ditado que expressa a mesma ideia que este é “Não adianta chorar o leite derramado”.
Talvez este e próximo ditado sejam os mais difíceis de entender por não terem uma tradução em formato de ditado popular brasileiro. Seiko udoku quer literalmente dizer: céu limpo, cultivo, chuva, leitura. Poderíamos traduzir de forma mais fluida para “cultive quando fizer sol, leia quando chover”. Algo como: “cada coisa tem seu tempo”.
Tenho que admitir. Dos sete é o que eu mais gosto! Não tem um ditado semelhante no Brasil, mas neste caso isso não representaria um problema. Mikka bōzu se traduz: “monge por apenas três dias”. O que me faz gostar tanto dele é a ideia de que a vida de monge é sempre acompanhada de “abandonar” e “abrir mão das coisas”. Ser monge apenas por 3 dias quer dizer que você está desistindo cedo, desistindo no primeiro encontro com a dificuldade. Em português, algo como “fogo de palha”.
E aí gostou dos ditados japoneses? Me conta nos comentários se você usa algum deles! E claro, divide algum que você goste e que não está na lista.
Agora é a sua vez! Comente embaixo o que achou do assunto 😉
Psicólogo de formação, Já morou em Argentina e Chile mas foi na cultura Japonesa que se apaixonou. Co-fundador do canal culinário e cultural, Japa na Chapa. Tem como autor favorito da literatura japonesa Yasunari Kawabata.
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