Influenciamos e somos influenciados pelo contexto que nos rodeia. Entender a sociedade e a cultura é fundamental para entender as influências sobre o estudo e o aprendizado da língua japonesa no Brasil. Somos ambos produtores e cliente do ambiente.
Eu comecei a estudar japonês em 2010. Quando penso que já se passaram sete anos e meio da minha primeira aula eu fico abismado. Não sei vocês, mas lembro da minha primeira aula perfeitamente, como se fosse ontem. Aprendi os hiraganas e os katakanas que começavam com a letra “M”: まみむめも & マミムメモ. Aprendi também o que significava ここ (Aqui), そこ (Ali) e あそこ(acolá).
Tenho boas lembranças da minha primeira aula, mas como professor, não gostaria de dar a mesma aula que eu recebi. Pelo menos não para aprender o mesmo conteúdo. Na verdade, não me vejo ensinando da mesma forma que aprendi a maioria das coisas em sala de aula. O contexto mudou, os materiais mudaram e principalmente, a forma de ensinar visando um objetivo diferente, mudaram muito.
Quando eu comecei a estudar, os materiais mais usado na maioria das salas de aula no Brasil era o livro “Daichi” e o “minna no nihongo”. Não quero fazer propaganda positiva ou negativa deles, até porque como todo livro de método de ensino, eles tem seus pros e seus contras. Ambos os livros têm bons conteúdos para aproveitar e com um bom professor eles podem se tornar grandes materiais de estudo. Mas nenhum dos dois é muito didático ou amigável para quem quer começar aprendendo por conta própria.
Os modelos mais antigos de livros para crianças, adolescentes e adultos, eram feitos para descendentes. Não era só a falta de portugues ou ingles nos livros que chamava a atenção, mas sim as palavras usadas. Se esperava que o aluno tivesse familiaridade com o idioma. Isso não quer dizer que você conhecia o japonês e assistia sete horas de animes por dia não! Mas sim um contato pessoal com o uso do idioma em casa e no dia a dia. Cenário que foi deixando de existir com o tempo e as gerações. Vi acontecer pessoalmente enquanto era professor de crianças descendentes. Livros antigos e desatualizados para crianças modernas e brasileiras.
Na minha época, as pessoas estavam focando no estudo da gramática. E o Daichi é de fato muito para isso. A gramática é bem detalhada e simples de entender para quem acompanha os capítulos. Estudantes do Daichi comumente se davam bem com as provas do JLPT, mas nem sempre desenvolviam boa escuta ou boa prática de conversa. Estudantes do minna no nihongo eram cada vez mais raros, já que o livro estava cada vez mais antigo e desatualizado.
Com o decorrer do tempo, as pessoas começaram a ver a necessidade de ressignificar e remodelar o modelo de ensino da língua japonesa no Brasil e no mundo. Surgiram novos materiais didáticos para as escolas. Um “novo livro virou moda”. O marugoto chegou já tem alguns anos, com um enfoque completamente diferente do daichi e do minna no nihongo. Ele passa a priorizar um aprendizado que foca na conversa e no diálogo, e aos poucos na medida do necessário, vai introduzindo a gramática. A ideia parece muito boa, mas ainda recebe muitas críticas pela falta de gramática, estudo de kanjis e preparação para textos e provas do jlpt.
Aqui estamos hoje. Afinal, qual é o atual cenário da língua japonesa no Brasil? Estamos em uma época completamente diferente do que costumava ser. Não porque as escolas mudaram sua forma de ensinar, mas porque novos métodos surgiram. Novos modelos para aprender juntos e sozinhos. O aprendizado passou a ser muito mais global, acessível e complementar. Você não precisa mais estudar de um livro só pra entender o que está acontecendo. Você pode ter mais de um livro, suporte via app e suporte online.
Com os novos modelos surgem novas escolas. Neste caso, vou falar um pouco do próprio kotobá. Uma nova forma de aprender pela internet, cursos onlines que podem ser acessados quando você quiser para aprender no teu tempo, no teu ritmo. Conteúdos online para aprender japonês pelas redes sociais e pelo blog. É como participar de uma sala de aula com milhares de amigos e colegas pra trocar informação, conhecimento e divertimento. E até mesmo e-books gratuitos com o objetivo de complementar o teu estudo (Só clicar e fazer o download pra começar a estudar N5 & N4).
E ai gostou? Me conta nos comentários o que vocês acham do atual cenário. E me diz quais os matérias que você usa pra estudar. Essa troca pode fazer com que eu e você possamos aprender mais!
Agora, é a sua vez! Comente aí embaixo o que você achou do assunto.
Psicólogo de formação, Já morou em Argentina e Chile mas foi na cultura Japonesa que se apaixonou. Co-fundador do canal culinário e cultural, Japa na Chapa. Tem como autor favorito da literatura japonesa Yasunari Kawabata.
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brabo